sábado, 10 de fevereiro de 2007

Poesia III - Os Pontos Cardeais

Este é um dos escritos de uma série que pensei em 1999, vou deixá-los aqui como testemunho da visão do mundo que me dominava nessa época de fim de milénio, este é o primeiro da série.

De Poente

Cristo redentor abre os braços
sobre a favela onde vivo,
convivo,
sobrevivo,
esquivo.
Onde minha vida não tem traços,
numa favela escondida,
esquecida,
perdida,
mal vivida.
Onde se mostram meus fracassos,
numa lânguidez banal,
triunfal,
original,
no Carnaval.
Onde se esquecem meus falhanços,
numa alegria postiça,
castiça,
mestiça,
movediça.
Que repito em meus Domingos mansos,
quando me agarro ao lençol,
ao futebol,
à feijoada,
e ao alcoól.

Pedro Estadão,1999

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Poesia II

Voltando aos caderninhos de poemas, encontrei o dos textos orientais, são bastantes, da época em que praticava artes marciais e quase dei por mim convertido ao budismo, afinal de contas foram quase duas décadas, entre Judo e Karate. A filosofia Zen despertou-me na altura um interesse invulgar, que se acabou por converter numa série de poemas de estilo oriental, à laia de Samurai. Seguem-se alguns deles:

Haicai Ichi

Sensação, percepção, pensamento, actividade, consciência
Verdadeiros passos da beleza, harmonia do corpo
Despertar para a verdade cósmica

Haicai Ni

Harmonia é pensar sem pensar
Como as pedras que rolam pelo caminho
Esperando o equilíbrio das forças

Haicai San

Concentração é agir sem agir
Reflectir a motricidade do corpo e da mente
Juntando coração, alma, espírito e intuição


Haicai Shi

O caminho, mais alta verdade
Da minha alma para a tua alma,
Sente-se, mas não se vê

Haicai Go

É assim, o reservatório da consciência.
Consciência pura vem de dentro de ti,
Fonte da consciência espiritual e religiosa

Pedro Estadão
1997

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Ainda hei de ser um bufo

Hoje abri o Diário Digital e fui confrontado com duas notícias que me alarmaram, numa dava-se conta de que o Juiz Helder Fráguas tinha sido suspenso por alegadamente ter escrito num blog "linguagem obscena e imprópria", na outra, fiquei a saber que graças à Fundação para a Computação Científica Portuguesa, "Portugal terá um site para denunciar conteúdos ilegais".

Fiquei em estado de choque.

Em primeiro lugar porque sou um dos leitores regulares das contribuições cibernáuticas do Meretíssimo Juiz Helder Fráguas, nas quais, devo dizer, nunca encontrei nada para além de uma cuidada utilização da linguagem por forma a descrever alguns casos curiosos que vão perpassando pela justiça portuguesa. Nunca li nos espaços geridos por este senhor, nada que se assemelhasse a conteúdos obscenos ou impróprios da sua condição de magistrado. E acreditem em mim, porque de conteúdos obscenos e impróprios percebo tanto como qualquer cidadão deste país que tenha já pegado no jornal "Tal&Qual" ou assistido a algumas peças jornalísticas que passam na televisão pública.

Em segundo lugar porque as duas notícias, associadas à moda que anda a percorrer a comunicação social de culpar a internet de todos os males do mundo, da bulimia à transmissão de imagens chocantes, passando por todo o tipo de desvios da juventude para toda a espécie de perversões, me fizeram lembrar uma coisa. E essa coisa só tem um nome, CENSURA.

Ao de leve pensei que isto poderia ser causado pelo receio que os patrões dos média têm da internet e dos prejuízos que este instrumento causa ao seu negócio e às suas influências. Depois, pensei no que teria acontecido no tempo do escândalo Taveira se já houvesse internet, teriam conseguido abafar as coisas como fizeram na altura?

Várias reflexões me assaltaram, até o facto de, na mesma notícia em que li a história do Juiz Fráguas, vir um parágrafo mais abaixo, do qual ninguém falou na TSF quando deram a notícia às 8 da manhã, todos entusiasmados. No parágrafo abaixo vinha o nome de um outro Juiz, muito mais mediático, o Juiz Rui Rangel, que vou passar a transcrever.

"O órgão de gestão e disciplina dos juízes deliberou ainda por maioria instaurar um processo disciplinar ao juiz desembargador Rui Rangel devido a um artigo publicado num jornal diário relativo ao «caso Esmeralda», relacionado com a disputa do poder paternal de uma criança de 5 anos que envolve o militar Luís Gomes e o pai biológico.

Este inquérito disciplinar a Rui Rangel destina-se a apurar se este juiz desembargador do Tribunal da Relação de Lisboa violou ou não o «dever de reserva» que deriva do estatuto dos magistrados e os impede de comentar processos judiciais em concreto.

Segundo a mesma fonte, a decisão de abrir um inquérito disciplinara Rui Rangel não foi pacífico no seio do CSM, levando a uma discussão sobre os limites impostos pelo dever de reserva.

A fonte acrescentou que o assunto revelou-se particularmente sensível tanto mais que o antigo ministro da Justiça, Laborinho Lúcio, que é vogal do CSM, fez alguns comentários públicos sobre o «caso Esmeralda», embora dizendo sempre não se querer alongar."

O mais estranho deste caso é que a notícia sobre o Juíz Fráguas, que é muito menos conhecido que o Juíz Desembargador Rangel, vinha em destaque, e ainda por cima num parágrafo cheio de dados errados, como se tivesse sido atamancada à última da hora para esconder o que vinha por baixo. Por exemplo, referia que Fráguas é Juíz no Tribunal do Barreiro, o que sabemos ser errado. A mesma notícia foi corrigida, também de modo atamancado, com erros ortográficos e tudo, esta madrugada, cerca das 3 da manhã.

Não quero com isto insinuar que a história do Juíz Fráguas tenha sido usada como cortina de fumo para esconder o incómodo que a notícia muito mais ponderosa sobre o Juíz Rangel teria causado ao próprio, ao Conselho Superior de Magistratura e até a alguns patrões da Comunicação Social. Mas é o que parece.

Fui um pouco mais longe e telefonei a um amigo que me afiançou que no despacho que suspendia preventivamente o Juiz Fráguas, não vinha qualquer menção a obscenidades, apenas a linguagem excessiva. Digam-me lá os senhores como é que se descreve um crime violento sem usar linguagem escessiva, sabem? Eu também não. Mas também me afiançou que o caso do Juíz Fráguas já tinha para ai uma semana e não havia razão nenhuma para sair hoje nas primeiras páginas. Se estou aqui a quebrar algum segredo de justiça, asseguro-vos que é sem intenção, apenas ouvi dizer, não li autos nem processos, já nem me lembro a quem é que telefonei.

Mas a notícia do tal site especializado na segurança online continuava a perturbar-me. Dizem-me que a partir de Maio, vamos ter um site onde poderemos denunciar conteúdos ilegais na Internet. De acordo com o masmo diário:

"No site a ser criado, «jovens e adultos vão poder denunciar conteúdos pedófilos, de violência extrema ou xenófobos, e outros que alegadamente constituam crimes públicos», disse à agência Lusa Lino Santos, da direcção técnica da FCCN."

O que me perturbou foi aquele "outros que alegadamente constituem crimes públicos", porque não estou a ver bem o que é, mas cheira-me a que alguém vai poder controlar o que podemos ou não dizer na internet, e isso preocupa-me, porque eu gosto particularmente de dizer o que me apetece, desde que tenha o devido fundamento.

E crimes públicos pode muito bem ser a emissão de obscenidades verbais num espaço de acesso público, como é o caso da internet, e com as conclusões que tirei da história acima, percebi que o conceito de obscenidade ou linguagem excessiva pode ser muito abstrato.

Mas fiquei a saber mais:

"«As denúncias feitas no site vão primeiro ser tratadas junto de operadores especializados - que farão uma primeira triagem - para verificar se realmente se trata de conteúdos ilegais e determinar a origem do conteúdo», adiantou o especialista.

«Se os conteúdos ilegais forem portugueses, a denúncia será comunicada de imediato às autoridades nacionais. Se os conteúdos forem oriundos, por exemplo, de um servidor na Alemanha, a hotline portuguesa [que está ligada à rede europeia] contacta a rede alemã para que esta faça a denúncia às autoridades daquele país», acrescentou."

E comecei a lembrar-me de um livro absolutamente kafkiano da autoria de João Aguiar, que se chama "O Jardim das Delícias", que conta a história de uma Europa onde já não existe liberdade de informação, um 1984 dos nossos dias e à portuguesa, que vale a pena ler. (João, tinhas razão).

Quer dizer, se eles estão disponíveis para receber queixas, alguém vai ter de se queixar. O que pensei, cá para mim, deixou-me descansadinho:

-Não faz mal, se pagarem bem, ainda hei de ser um bufo!


Pedro Estadão

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Poemas

De quando em quando, mergulho nos meus cadernos de poemas e vou lá encontrar coisas que me fazem rir, corar ou chorar. Já não escrevo poemas há muito tempo. Escrevi muitos numa fase passageira da minha adolescência em que me embrenhei nos haiku japoneses, nos poemas do Bocage, nas obras de Jorge de Sena, Eugénio de Andrade, e muitos, mas mesmos muitos outros, que mereceriam também aqui referência se eu fosse mesmo obrigado a revelar a lista. Assim, menciono só os mais importantes.

Cabe aqui esta reflexão a propósito de um caderninho que encontrei, do qual resolvi expor aqui algum do conteúdo.

Houve um dia em que resolvi fazer uma experiência genética e cruzar o Camões com o Bocage, sem ligar muito à métrica. Saiu-me assim:

Do centro do meu mundo

Podia chamar-me Toní
Mas tive sorte não sou
É lindo o país onde nasci
Mas teve azar não vingou
Das terras do mundo que vi
Só a minha me enamorou
País do Bocage Pessoa Camões
Terra do Sporting Benfica Leixões

Podia ser de um povo rico
Sou da Europa não sou?
Ando a cavalo num burrico
Que o meu governo albardou
Podia ficar cá mas não fico
Vou lá para fora não vou?
A culpa é agora da conjuntura
Já lá vai tempo que era da ditadura

Como povo somos distintos
Corremos os cantos do mundo
Cá não gostamos de absintos
Somos corredores de fundo
Ao mundo oferecemos os tintos
Ao Brasil romarias e entrudo
Fugimos à polícia e à coleta
Gostamos muito da volta em bicicleta

Ao fim de um dia de trabalho
Digo que é mas não é
Mando os árbitros pró caralho
Enquanto bebo café
Digo que não sou espantalho
E que quem manda é o zé
Vejo a novela Brasileira
Sorvo os programas da fressureira

E aqui vos deixo a brincadeira:

As tias e os pavões assinalados
Que da genial casa lusitana
Com ares nunca d'antes imaginados
Foram de férias p'rá taprobana
E entre festas e romances observados
Mais do que merecia a anfitriana
Entre gente idiota edificaram
novos ricos que tanto elogiaram

É assim o centro do meu mundo

Corria então o ano de Senhor de 1999.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Na sexta, foi à ópera no Barreiro?

Nove e meia da noite no Auditório Municipal, sobe o pano, à nossa frente um cenário despido de adereços.
Ao fundo, um pano preto e nove cadeiras, à esquerda um piano de cauda. Entra o elenco. Todos vestidos de negro. Descaracterizados, à excepção dos obrigatórios toques de maquilhagem.

Surpresa. A pianista Vera Prokic ergue um CD e leva-o até à aparelhagem. Toca a Abertura uma qualquer orquestra num espaço e tempo distante, artificial. Mas a abertura , na ópera, é obrigatória, e quem não tem espaço para uma orquestra faz como o Mantorras:
resolve.

E resolveu muito bem. Enquanto toca a abertura, os actores desenham o espaço imaginário onde se vai passar a história, reinventando o espaço vazio com a construção de uma área imaginária que separa o real do sonho.

Acaba a abertura e tudo se transfigura. O que se vê e ouve a partir deste momento é um espectáculo de trapézio sem rede. Ópera sem suporte orquestral, o maior desafio técnico que um grupo de cantores pode enfrentar, mas está lá o piano, Mozart muito bem trabalhado por uma pianista que se percebe ter uma formação sólida e uma grande empatia com o resto do elenco, neste Don Giovanni, o piano é que conta a história.

O enredo avança normalmente até uma ária do Catálogo que começa a aquecer a audiência. Um Leporello jovem que faz nesta representação uma interpretação inolvidável na forma como se desembaraça da dificuldade técnica de não ter o suporte de uma orquestra. Rui Silva, o Baixo que dá vida a este Leporello, enche-nos de esperança no que está para vir, é a partir do Catálogo que a história se solidifica e o despojamento de cenário e argumentos deixa de ter importância.

O que se ouve a partir dai é o desfilar de um elenco muito acima da média, onde se destaca Ana Moreira, perfeita na sua interpretação de Dona Anna. Carla Simões dá cartas no papel de Zerlina, mais uma jovem que promete um grande futuro.

Manuel Pedro Nunes conquista a audiência com a coerência da sua interpretação e com um final fabuloso, no jantar de Don Giovanni (MPN), com a estátua do Comendador, interpretado por Nuno de Villalonga, que consegue surpreender pela positiva e corresponder à expectativa, afinal de contas, a breve passagem do Comendador por uma ópera que dura duas horas e meia é um dos trechos musicais mais conhecidos no mundo, seria fácil falhar.

Tudo acaba bem: Dez minutos de aplausos de pé para uma casa que podia e devia estar mais cheia. A actuação foi um sucesso e a qualidade geral foi de deixar qualquer melómano boquiaberto.

Da minha parte, dou os meus parabéns ao encenador, Gonçalo Portela, que conseguiu do nada fazer tudo. Ao Manuel Pedro, de quem prezo a amizade, peço-lhe mais.
À Câmara Municipal do Barreiro não desculpo a falta de divulgação deste evento e o facto de só termos tido a oportunidade de assistir a este espectáculo numa sessão única, que aconteceu neste dia 2 de Fevereiro, no AMAC.

Hoje, fez-se ópera no Barreiro e eu sou um homem feliz.

Este texto foi publicado no Rostos OnLine a 3/2/2007 com o título "Um Don Giovanni sem falhas"

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Crónicas do Convento

Na primeira metade de 2006, publiquei no Diário do Barreiro onLine a série de crónicas que se segue. Ficam aqui guardadas para a posteridade. Talvez alguém releia e na altura apropriada as recorde. Esta primeira é particularmente actual.

Veni, Vidi, Vici

“Cuidado com os idos de Março”, dizia o maltrapilho a César na véspera do seu latrocínio. O que se seguiu é da história, César debateu-se com o dilema de ficar em casa ou ir ao encontro da morte pelas mãos do filho adoptivo em quem depositara tantas esperanças: “Et tu Brutus”; e, num instante, as adagas dos Senadores, que ao longo de trinta anos haviam suportado a subida de César ao estatuto divino, se cravaram nas suas costas.

Devemos aprender com a história, para que as coisas tristes não voltem a acontecer, e, sobretudo, não nos aconteçam a nós, há sempre outro que também quer ser César. César esperava a aclamação popular que o tornaria Rei de Roma, no entanto, a conspiração que causaria a sua queda já estava em marcha e combinada para os idos de Março. Os conspiradores conseguiram o seu primeiro objectivo: a eliminação de César; mas não conseguiram realizar aquilo a que se tinham proposto, e a República acabou em Roma, e o herdeiro de César tornou-se, também ele, César.

Na época bastou, para tanto, que dois generais se opusessem ao grupo de magníficos senadores que congeminara a brilhante estratégia e o povo de Roma os apoiasse, o Popvlvm Romanvm, aquele que sempre era esquecido quando se tomavam as decisões e apenas servia para os poderosos manipularem uns contra os outros.

E hoje, encontramos paralelos nesta história? Teremos ainda Césares e Brutus congeminando estratégias nos triclínios da nossa cidade?

Estamos cá para ver, e em boa verdade vos digo:

“Cuidado com os idos de Março”


Comentário em 3/2/2007: Penso que já todos percebemos que isto é verdade, Março já lá vai e continua tudo tal e qual como é descrito acima.


Não Há Jantares à Borla

O Barreiro é uma terra engraçada. De todos os lados vêm exemplos de falta de senso político, de populismo desenfreado e da demagogia utilizada como instrumento político à laia de maquiavelismo saloio. Vale tudo para conquistar objectivos e assegurá-los.

Infelizmente para todos nós, esta tendência não é capital exclusivo de um partido ou de uma pessoa, não. É uma tendência que atravessa todos os quadrantes políticos e que em Portugal já ameaça destruir o que resta de credibilidade à partidocracia actual.

De um lado contam-me que o Presidente da Câmara, que dá pelo nome artístico de Carlos Humberto (para dar um ar mais camarada), num discurso inflamado aos trabalhadores da DHU afirmou que da Câmara apenas recebe o ordenado que já recebia antes de ser eleito, o que significa que recebe apenas um pouco mais que alguns dos funcionários mais mal pagos da autarquia. Temos muita pena dele. Penso que o Partido fica com o resto do ordenado. Parece uma atitude nobre, mas não é, torna-se na mais pura demagogia quando o mesmo senhor apregoa por toda a parte que a Câmara vive dificuldades financeiras e aparentemente mais alguns Vereadores e Assessores se dispõem ao mesmo. Isto é gozar com o contribuinte, se o Sr. Presidente quer tomar uma atitude nobre, em lugar de se sujeitar a ser um funcionário partidário, devolva ao erário público a parte do ordenado que não lhe faz falta, para que não lhe fique mal pagar um monte de ordenados do qual apenas parte se destina a pagar a quem trabalha e depois andar a queixar-se de falta de dinheiro na Tesouraria. O financiamento partidário não deve ser causa de dificuldades financeiras para a Câmara, pois o Estado já financia sobejamente os partidos para que tais mecanismos se tornem desnecessários.

De outro lado, chega-nos a mensagem do Vereador Vitorino de que, durante quatro anos o Gabinete de Regeneração Urbana não terá produzido nada, simplesmente porque nenhuma das candidaturas que estavam em preparação por este gabinete terá sido entregue. Custa a justificar, é certo, agora, o que também é certo é que o tempo das lamúrias já passou e que o Sr. Vereador devia era estar a pensar em pegar no trabalho que já está feito e fazê-lo avançar na forma das candidaturas que os outros não tiveram tempo de completar. Criticar é fácil, fazer o que falta é mais difícil, por isso, escolhe-se o caminho do facilitismo, que é um caminho que não ajuda a nossa terra e não conduz a resultados práticos para além do mediatismo de quem o pratica. Pessoalmente, e penso que nisto sou acompanhado pela maior parte dos cidadãos desta terra, preferia que o Sr. Vereador tivesse posto mãos à obra e se preocupasse mais com o facto de nada ter avançado nos processos a cargo do GRU desde as eleições. A População do Barreiro agradece que se trabalhe mais e se comente menos o trabalho dos outros.

De um terceiro lado, verifico que há no PS uma tendência representada por alguns militantes que ainda não percebeu que, ao perder as eleições de Outubro, perdeu o poder e que, desde lá para cá, foram efectuadas eleições internas no seu Partido e que uma nova gerência está em vigor. Este grupo, comportando-se como as galinhas que depois de cortada a cabeça, o corpo continua a andar, continua a proceder como se nada se tivesse passado e mantém as mesmas atitudes e projectos de poder pessoal que os caracterizaram durante os últimos anos, sem perceber como isso prejudica a imagem do partido e a capacidade de afirmação da nova geração que está agora a tentar fazer a política de forma diferente. Oferecer jantares à borla para comprar votos aos incautos não é, nem deve ser maneira de actuar num partido que se quer livre, democrático e pluralista, e também já não pega. Quer-nos parecer que os militantes do Partido Socialista, à semelhança do resto dos cidadãos estão fartos de determinadas formas de actuação política e vão voltar a penalizar quem utiliza a política para servir fins pessoais ao invés do bem geral da comunidade.

Enfim, todos diferentes, todos iguais. Concluo, afirmando que não há jantares à borla e que a maior parte dos que não se pagam em dinheiro acabam por ter um preço demasiado elevado.

P.S.- Sei que este é um artigo duro, na linha do mais duro que eu já escrevi na minha vida, mas há coisas que se impõe escrever de uma certa maneira, para não perder o efeito. E o efeito desejável é que este artigo de opinião que eu subscrevo na totalidade represente uma chamada de atenção para o tipo de coisas que não podem continuar a acontecer na política Barreirense. É um grito de desespero pelo ponto a que as coisas chegaram, o que obriga a esquecer o rendilhado do meio campo tão típico das lides futebolísticas nacionais e que é, infelizmente, tão utilizado na escrita. Por favor, sejam sérios.

Comentário em 3/2/2007: Penso que já todos percebemos que isto continua na mesma, mas para pior, os jantares instituíram-se e agora já temos uma tasca oficial e tudo. Pelo menos seguiram o conselho e tornaram-se sérios, Eh, Eh!


A Festa de Coina

Os carrinhos de choque têm uma característica que, quando era criança, sempre me fascinou: Ao contrário dos outros carrinhos, os que servem para andar na estrada, servem única e exclusivamente para bater uns contra os outros. Esta é uma forma de negação da realidade que é fascinante para uma criança ou talvez até para um adolescente, pois cria uma perspectiva do mundo inteiramente nova, baseada na inversão da percepção que se tem do mundo. Já em adulto comecei a considerar os carrinhos de choque uma forma de diversão intrinsecamente estúpida, por criar a ilusão de que qualquer um pode conduzir e que não interessam as consequências que daí advenham.

Esta é uma imagem que me ocorre sempre que tenho que explicar a alguém que a análise que fez pode não estar inteiramente correcta por estar baseada no preconceito e não na realidade. O preconceito, como a palavra indica, é uma opinião formada antes do conhecimento da realidade, é um conceito prévio, que deriva no facto de, para cada um de nós, a realidade ser aquilo que vemos nela. Quando olhamos para a realidade temos à nossa frente um filtro que é constituído por todos os nossos preconceitos. Apenas quando nós ultrapassamos o nosso filtro podemos ter uma imagem transparente da realidade. Tudo o que fique aquém disso é apenas uma visão distorcida e coxa da realidade.

Voltou-me esta ideia à cabeça esta madrugada, mal acabei de ver um querido amigo meu a pretender conduzir o seu automóvel como se fosse um carrinho de choque, utilizando-o para quase bater num outro veículo que já estava em movimento e preparando-se para uma longa viagem. Destacou-se imediatamente, para mim, a ideia de que aquele amigo tinha andado de carrinhos de choque vezes demais, e que, por isso, se julga o melhor condutor do mundo. É a ilusão a ser utilizada para dar expressão a um preconceito. O filtro estava demasiadamente sujo para poder ver claramente a realidade, ou pior, já a viu e não a quer aceitar por considerar que a sua maneira de conduzir é a única correcta. E estou certo de que ao fazer o que fez, o meu amigo achou que estava muito bem feito.

A vida é assim, a realidade é para cada um de nós aquilo que vemos nela. No dia em que o meu amigo perceber que tem um filtro e que aceite e ponha de lado as imagens que tem pré-concebidas, será um grande condutor, até lá, será apenas um condutor de carrinhos de choque com um automóvel nas mãos.

Este ano, quando voltar a Festa de Coina, vou convidar este meu amigo a ir lá comigo e darmos umas valente marretadas um no outro.

Por aqui me fico.

Mais uma volta, mais uma corrida. Toca a buzina e os carrinhos de choque voltam a andar.

P.S.- Gostava de não deixar passar a oportunidade de cumprimentar e dar as minhas felicitações ao António Chora pela exemplar resposta que aqui publicou e que para mim só reforça a ideia de que quem se bate por ideais nunca precisa de estar calado. Parabéns e boa sorte na sua temporada legislativa.

Comentário em 3/2/2007: A sensação do dejá vu é mesmo estranha.


Esta semana

Esta semana tive finalmente a oportunidade de ir a Belém comer uns pastéis e ver a exposição de obras da genial Frida Kahlo que está patente no Centro Cultural de Belém. Nessa exposição, magnificamente enquadrada por fotografias de época que nos recordam a história da vida de Frida e do seu companheiro Diego Rivera, encontra-se uma particularmente interessante que é a da chegada ao México do escritor ucrâniano de origem judaica Lev Davidovitch Bronstein, que ficaria na história com o heterónimo de Léon Trotskii.

Trotskii, que durante a sua vida perderia a sua primeira mulher e um dos seus filhos para o Gulag e o seu segundo filho para uma misteriosa apendicite aparentemente encenada pelo GRU (polícia política soviética anterior ao KGB), fundou a 4ª Internacional no México e não escaparia ele próprio a um destino violento, tendo sido assassinado a mandado de Estaline com um golpe de picareta na cabeça, na casa que partilhava com Frida no bairro de Cocóyan, na Cidade do México. Está tudo lá no CCB, na arte de Frida Kahlo e no documentário que se pode ver na sala anexa à da exposição.

Veio esta minha visita a Belém, a talhe de foice, a ficar relacionada na minha mente com os eventos que se tiveram lugar durante a semana, as comemorações do 25 de Abril, as do 1º de Maio e, entre elas, a Reunião da Assembleia Municipal do Barreiro de 28 de Abril, com particular relevo para esta última.

Tendo-me deslocado na qualidade de cidadão à referida reunião para inquirir os poderes instituídos sobre as consequências que a quinzena da juventude teve sobre a alvura das paredes na área circundante ao Campo do Luso, em particular, sobre as do meu estabelecimento, fiquei para assistir até ao fim. Como tive a oportunidade de conhecer antecipadamente a moção de louvor ao 25 de Abril que o grupo municipal do PS levava à Assembleia em questão, estranhei uma interrupção feita nos trabalhos com o fim de o Grupo Municipal do PCP a debater. Penso que se debruçaram em particular sobre uma frase que colocava ao mesmo nível o Tarrafal, Auschwitz e o Gulag. Quando foi a votação, votaram contra. Interessei-me em perceber porquê. Escutava eu atentamente o Deputado Municipal José Caetano e eis que, quando eu esperava que ele se fosse referir à ausência de Guantanamo no documento, ele informa os presentes de que a Bancada da CDU não estava em condições de votar favoravelmente a moção caso não fosse possível retirar apenas uma palavra: Gulag.

E pronto, bastaram quinze minutos para que as coisas voltassem aos velhos tempos em que se ficcionava sobre a vida nos países de leste e se começasse outra vez a reescrever a história à moda do pendor ideológico. Não é que eu tenha alguma coisa a ver com isso, mas pareceu-me mal que 15 anos volvidos da Queda do Muro e do conhecimento efectivo do que se passava do lado de lá, ainda hajam políticos capazes de defender Estaline e a sua crueldade. A mim, que, como dizia Adolfo Luxúria Canibal, (nome artístico do meu amigo Adolfo Soares Macedo), "na Primavera, não estava em Praga, e no 25 de Abril, estava em Braga, demasiado ocupado a crescer, para me dar conta do que estava a acontecer", o dia da Queda do Muro foi o mais significativo dia de comemoração da Liberdade em que estive presente na minha vida, e é a única coisa que aos 32 anos de idade tenho para comparar ao momento fundador da nossa Democracia actual, pareceu-me muito mal este regresso ao passado.

Custa-me, ainda hoje, a compreender porque é que as moções de louvor ao 25 de Abril só mencionam a luta de uma geração, quando a ideia é que a data que se comemora é ser, para além do momento histórico, o Dia da Liberdade. E já houve uma outra geração, entretanto, que também lutou pela sua própria ideia de liberdade e esteve na luta para derrubar o Muro de Berlim e tudo o que este simbolizava e depois esteve na luta pela libertação de Timor-Leste e ainda está na luta pela libertação do Sahara Ocidental e dos Chiapas. Podemos não ter passado pelas mesmas dificuldades e repressões, mas trabalhámos afincadamente, lutámos e lutamos pelos ideais mais nobres, sem pedir nada em troca. Penso que ainda vai ter que passar mais uma geração para que estas lutas também sejam enquadradas no espírito de Abril e deixemos de ouvir todos os anos a lenga-lenga dos Capitães de Abril e do "fascismo nunca mais" e passemos simplesmente a ouvir "Liberdade Sempre".

A repressão não escolhe regime político e o Comunismo Soviético, a Democracia Americana e as Teocracias Ocidentais e Orientais já conseguiram ser tão ou mais repressores que o Fascismo, pelo que me parece francamente inapropriado comemorar o Dia da Liberdade condicionados por um estado de hemiplegia ideológica que nos põe, à velha maneira portuguesa, a lamentar do que havia antes, em vez de apontarmos para o que deve haver depois.

Na semana em que, quem passou por Roma, pôde ver um fulano vestido de branco a saudar o Anaia com um toque da sua mão esquerda, o PCP no Barreiro votou contra uma moção de louvor ao 25 de Abril e o nosso Barreirense voltou a descer de Divisão.

Não há coração que aguente!

Depois de um amigo me ter chamado terrorista e outra me ter perguntado qual é o meu nome artístico, aqui vai...

Um abraço do,

Bin Estáden

Comentário em 3/2/2007: Enfim, os meses passam e há coisas que continuam sempre na mesma, o que é que se pode dizer?


Silly Season Barreirense

Chegou a hora. O pessoal fez as malas e partiu para o Algarve ou para destinos mais exóticos e nós ficámos sem assunto para comentar e guardamos as novas ideias para o regresso das férias quando todos puderem ler o que escrevemos e aí tentarmos mudar algumas coisas.

Dos que ficaram ou já regressaram não ficaria muita história para contar se não existisse silly people para animar a silly season. Assim, enquanto buscamos nos jornais e na televisão assuntos que nos ajudem a reflectir, damos de caras com o maior gaspacho do mundo, a maior feijoada da Europa ou a maior espetada de porco do universo.

No meio de tanta tolice, (sim, silly season é simplesmente a época da tolice), aparecem ainda umas pérolas como as que o recém chegado de vacaciones alentejanas, Sr. Escoval, nos atira como se tivesse estado um ano no estrangeiro. É destas pérolas que vive o comentário político enquanto a malta que tem efectivamente alguma importância está a laurear a pevide pelas praias desse mundo fora.

À falta de melhor assunto para tratar e prevendo que eu próprio não conseguirei ter férias este ano, decidi-me então a ocupar alguns minutos do meu tempo livre para tentar pôr o aparentemente incorrigível Sr. Escoval, no seu lugar. É um assunto suficientemente silly para me entreter a mim e ao leitor por alguns instantes e ao mesmo tempo é uma oportunidade para gerar algum confronto de ideias nesta altura do ano em que nada se passa.

No seu devaneio desnorteado pelos temas da política local, decidiu o Sr. Escoval hiperbolizar as palavras do meu camarada Carlos Duarte e converter uma frase retirada de um contexto dentro do qual é perfeitamente admissível, válida e corajosa, num título de um artigo que pretende ser uma frase alarmante, polémica e até mesmo chocante. Assim, quem vê o título, interroga-se sobre o que irá dentro do artigo e vai lê-lo para se tentar confortar da falta de coisas novas que há nesta season.

Lemos assim: "Sede para atacar o PCP" e ficámos logo sem saber se seria sede de bebida ou sede de local. Com o calor que se tem sentido e os cortes de água que têm havido ultimamente, facilmente poderíamos ter concluído que este título não passava de um anúncio a uma qualquer bebida refrigerante do tipo da Coca-Cola. Estão a ver as ramificações do raciocínio? A sede e o calor aumentam o desejo das pessoas pela água suja do capitalismo, etc... etc... etc...

Não, o que depois encontrámos lá dentro não foi nada disto. Demos de caras com alguém que, tendo regressado desse lugar longínquo chamado Alentejo, onde não chega qualquer eco da nossa civilização, se viu afrontado com as declarações dos nossos primeiro-ministro e ministro da Economia acerca da exigência do Estado português em que a OPEL pague a indemnização devida pelo encerramento da unidade da Azambuja e tenta fazer parecer que essas declarações foram uma coisa má em lugar de uma atitude séria de defesa do interesse nacional. Baralhando e voltando a dar, vem então o Sr. Escoval fazer parecer que a culpa do encerramento da fábrica é do Estado e da UGT, remetendo-nos para a tragédia humana que é a situação de desemprego e de dificuldades em que ficam aqueles trabalhadores. Esta parte do artigo foi ao melhor estilo intemporal do PCP de explorar a fome, a miséria e a ignorância alheias para aumentar a sua influência na sociedade e tentar atingir a tal revolução que tanto anseia. Como se os outros, nomeadamente o Governo e a UGT, tivessem algum interesse no encerramento da fábrica e no desemprego dos seus funcionários e a CGTP e o PCP fossem os únicos paladinos da defesa dos pouco afortunados operários da OPEL.

A realidade é que tudo isto são tretas: a OPEL é um negócio e os negócios são para ser produtivos e lucrativos, ora, a Direcção da OPEL tem uma contabilidade muito bem apurada que lhes disse que a fábrica em Portugal não dava rendimento suficiente quando comparada com as outras do grupo, vai daí, decidiu mudar as operações para outro lado. Quanto a isto não havia nada que o Governo, os Sindicatos ou os trabalhadores pudessem fazer que não pusesse em causa princípios básicos da nossa Democracia, como sejam a igualdade de condições de concorrência ou os direitos adquiridos. Como a CGTP neste último preceito é geralmente inflexível, as fábricas em Portugal tendem para o encerramento em vez da manutenção em condições negociadas seriamente pelas partes. E quem fica a rir é o PCP que vê aumentado o capital de descontentamento na nossa sociedade e depois põe elementos como o Sr. Escoval a explorar o tema até à exaustão na tentativa de ganhar apoios e votos.

Eu não estou a dizer que a culpa da maior parte dos encerramentos de fábricas é do PCP, mas que às vezes parece, parece.

Arrumado este assunto, sigamos em frente e continuemos a análise do texto que aparentemente iria culminar num floreado sifilítico em torno do tema da tal sede, que até ao momento ainda não havíamos descortinado de que tipo era. Verificámos que o Sr. Escoval se tinha actualizado à chegada das férias, tal como havia anunciado no início e eis que nos confrontamos com a segunda perplexidade do autor e finalmente descobrimos de que tipo é a sede: É a sede da Secção de Acção dos Trabalhadores Socialistas das Autarquias Barreirenses. E que choque para o Sr. Escoval, que a seguir nos dilacera os corações e as almas com uma série interminável, diríamos mesmo quasi-Castrista, de interrogações sobre a utilidade da referida sede: Para defender os trabalhadores disto? Para defender os trabalhadores daquilo? Para defender os trabalhadores do etecetera e tal.

Fingindo que não tinha percebido que a sede era da Secção de Acção (o que como o nome indica é um espaço de trabalho e organização de algo), dos Trabalhadores Socialistas (o que designa a qualidade de quem lá vai trabalhar e que se lá vai organizar), das Autarquias Barreirenses (o que particulariza o âmbito a que o trabalho que se vai realizar naquela sede se vai restringir), o Sr. Escoval tenta atribuir capacidades sobrenaturais e desígnios divinos a tal estrutura partidária, capacitando-a para fins tão distintos como lutar contra um Governo que é do mesmo partido dos trabalhadores que se organizaram naquela secção, lutar contra os boys no Governo ou até atentar contra medidas urgentes e necessárias que evitarão, no futuro, situações como o encerramento da Azambuja.

Parece-me importante esclarecer o Sr. Escoval sobre o âmbito daquela Secção: Sr. Escoval, a Secção do PS dirigida pelo Carlos Duarte tem um âmbito municipal e não nacional, e, para além disso, destina-se a divulgar o ideário do Partido Socialista junto dos trabalhadores das autarquias barreirenses e, naturalmente, defendê-los de quem neste município detém o poder sobre os seus empregos e as suas carreiras, fazendo parte disso, como seria de esperar, lutar contra os boys e as boyas na Câmara Municipal do Barreiro, defender os trabalhadores socialistas das perseguições e excessos deliberativos de quem detém o poder na Câmara Municipal do Barreiro e, se ao caso vier, lutar internamente no Partido Socialista para que o Governo seja sensível aos problemas que pode criar a estes trabalhadores ao emitir certos e determinados diplomas legais.

Agora, o que esta secção nunca vai fazer é servir os interesses do Sr. Escoval e do PCP, nem vai deixar que os socialistas que têm por fado estar sob as ordens a nível profissional, de elementos do partido mais faccioso, vingativo e chauvinista que existe em Portugal sofram às suas mãos.

Quer isto dizer que a célula do Partido Comunista na Câmara Municipal do Barreiro já não está sozinha e tem quem se lhe oponha e vai ter que se habituar a isso. Bendita seja a sede se lhes conseguiu ao menos mostrar que não são donos das ideias de quem trabalha na Autarquia e que o PS perdeu mas não morreu e vão ter que se habituar à oposição nos plenários de trabalhadores e noutros momentos em que se julgavam sozinhos.

Sr. Escoval, por favor volte para o Alentejo e regresse daqui a três anos para ver se percebe o que aconteceu.

Termino este artigo que já vai longo confidenciando aos leitores que apostei uma garrafa de Möet et Chandon à Eppernay (Brut Imperial) em como conseguia aqui escrever duas vezes as palavras Coca-Cola, Porco, Treta, Castrista e Sifilítico e ainda fazer publicidade ao dito néctar sem perder o sentido do texto. (Amigo António, está na hora de pagar).

Para todos um grande bem-haja, em especial para os que estão no Alentejo e não sabem o que por aqui se vai passando, o vosso

Pedro Estadão

Comentário em 3/2/2007: Esta foi mesmo à bruta e por trás, e vai daí, o Sr. Escoval respondeu-me e até emprenhou pelas orelhas engolindo as que eram para ele e as que não eram. Sr. Escoval, esteja descansado que a do porco não era para si. O engraçado é que depois desta deve ter havido alguém que lhe pôs uma rolha e deixámos de ouvir os seus protestos. Se calhar, emigrou de vez para o Alentejo... Bem, paciência... Temos saudades mas parece-nos que vai demorar um tempo até lhe darem autorização para voltar ao mesmo, Eh, Eh!

Pois é amiguinhos, há mesmo coisas que nunca mudam!

Ena pá! É mais um blog do Estadão.

Pois é.

Este é mais um blog do Estadão. O outro, o do breviário é mesmo só para o que lá se informa. Este aqui é para outras coisas. Penso ir colocando aqui alguns textos dispersos da minha autoria que andam pela Net, em jornais digitais e em outros Blogs, e, para além disso, ir publicando alguns pensamentos dispersos sobre assuntos diversos. Talvez publique também algumas fotografias ou textos de outros autores, desde que me interessem.

Quanto a contadores e a comentários, nem pensem que vão haver por aqui, porque não me importa quantas pessoas é que visitam este espaço ou sequer o que pensam sobre o que aqui escrevo. Se me quiserem realmente dizer alguma coisa de útil mandem-me um e-mail, talvez eu leia se tiver paciência.

Bem, agora que a missão está declarada, é hora de começar, até à próxima.