Este é um dos escritos de uma série que pensei em 1999, vou deixá-los aqui como testemunho da visão do mundo que me dominava nessa época de fim de milénio, este é o primeiro da série.
De Poente
Cristo redentor abre os braços
sobre a favela onde vivo,
convivo,
sobrevivo,
esquivo.
Onde minha vida não tem traços,
numa favela escondida,
esquecida,
perdida,
mal vivida.
Onde se mostram meus fracassos,
numa lânguidez banal,
triunfal,
original,
no Carnaval.
Onde se esquecem meus falhanços,
numa alegria postiça,
castiça,
mestiça,
movediça.
Que repito em meus Domingos mansos,
quando me agarro ao lençol,
ao futebol,
à feijoada,
e ao alcoól.
Pedro Estadão,1999
sábado, 10 de fevereiro de 2007
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