sexta-feira, 16 de março de 2007

Trovas para o Estadão

Não penses que esta espera,
foi por falta de inspiração
nem aguardei por essa quimera,
em que acreditam os socialistas
que é de Moscovo que vem a orientação
que rege todos os actos comunistas.


Esperei e desesperei,
por um telefonema que não chegou.
ao invés veio um e-mail
que muito me preocupou.
Dizia o e-mail: Sostrova tem cuidado,
com o socialista Pedro Estadão
rapaz muito bem formado
mas anti-comunista de convicção.


Como sabes, caro Estadão
para um comunista pode ser perigoso
responder assim rápido sem tirar a boina,
contra a orientação do KGB que é melindroso
podem até mandar-me para o gulag de Coina.

Esse sitio agreste, tão particularmente gerido
sem outra cultura que não seja a TV.
Em Coina viagens é uma excursãozita
a Fátima já se vê
paga pasme-se então,
pelo executivo da junta com o apoio do catita.

Mas deixemos o caciquistão
e deixemos o regionalismo
que não foi por isso que decidi responder
Nem em Coina o catolicismo
tem assim tanto poder....


Como o Jerónimo não respondia
à minha insistente chamada,
decidi-me por ir à bruxa
para responder à tua missiva “postada”.



No consultório obscuro para mim disse a vidente:
Sostrova está patente
que para responderes ao Estadão
usa lápis e imaginação
e escreve-lhe uma poesia.
Eu respondi: querida vidente
não tenho jeito nem saber
nem acredito que o Estadão
leia com atenção
os versos que eu lhe possa escrever
alem do mais não sei se essa é a orientação
nem era a resposta que eu queria...
Diz lá vidente amiga, se é solução
escrever politica em poesia?

Então, debaixo da mesa de pé de galo
soou um ruído, tipo um estalo
e uma voz cava
vinda de uma sombra branca se elevou e fez ouvir.

A voz assim disse;
-- Sou o fantasma de um secretário geral
e venho dar-te a tua orientação:
responde ao Estadão,
com pena e inspiração
que à poesia ele está habituado.
Pergunta ao poeta Durval
que com versos o tem sensibilizado.
Assim falou o fantasma do Alvaro Cunhal,
que ainda assusta certa cam(b)ada
e que para espanto do pessoal
deixando a vidente consternada
subiu ao céu de forma agitada
assobiando a internacional.



Saí do consultório da bruxa a correr
e entrei na Cova funda e na Bagatela,
comprei três cadernos e com que escrever
e na tasca mamei um bagaço para afinar a goela.


Lembrando a tua carta
à vereadora Regina
devo dizer-te Estadão
que imagino a camarada contente
por despertar na tua gente
tal critica e atenção .

Por ser um exemplo de actuação
que levanta questões e impõe acção,
por mexer com a cultura e património
com o desporto e a educação.
Só por gerir bem o seu pelouro,
e trabalhar que nem um mouro
deu nas vistas à oposição
que remoeu e suspirou,
pensou e repensou
e atribui ao Pedro Estadão
tamanha responsabilidade
de fazer um elogio na inversão
à vereadora tão interveniente no quotidiano da cidade


Carta escrita e publicada
de rápida e expedita maneira
com a ajuda democrata
do jornalista Sousa Pereira.


Pensou o Estadão:
-- Agora que está a tenda armada é que o circo vai arder,
saiu no Rostos e no Bloguestadão
e vamos ver quem vai responder...
Fica assim suspenso o anzol
que algum comuna há-de morder...


E o comuna fui eu,
fui quem pisou na ratoeira mal disfarçada
puxei-te o nylon que cortei
com uma simples dentada
agora tenho a linha e o anzol,
mais o isco e a chumbada.



Mas é preciso dizer, que por ser verdade deve constar,
que gesto fraternal,
de democracia sem igual,
o socialista Estadão
abriu-me do seu blogue o portão
e me deu liberdade de postar.
Antes de postar reuni, como fazemos os comunistas
em vez de ir almoçar ao Palácio que é onde decidem os socialistas
Ouvi as bases numa de participação
e ouvi da história o próprio Cunhal
que me sugeriu uma intervenção
provando ao Pedro Estadão
que o comunismo não morreu nem está mal
mas vive e cresce em Portugal


Agora muito a sério, deixa- que te diga
que das fraquezas fazemos força
e tiramos energia da fadiga.
Os ataques reforçam-nos o aço em que a historia no forjou
porque aos comunistas do Barreiro
não é com cartas nem com paleio
que nos consegues derrubar,
aqui onde nos vês, foi o povo que nos escolheu
Somos um muro de muitos tijolos
alicerçado fundo no povo que é mais que tu e mais que eu.
Sei que a alguns dos teus isso causa azia...
Eles que tomem uma alcaselser ou sais de frutos à colher
porque é com o voto do povo que se faz a democracia,
que não é quando um homem quer
mas sim quando o povo a deseja.


Somos um partido que tem
belas, mestres e monstros
colectivistas e todos ao molho
num imenso maranhal
construímos o futuro dia a dia
com trabalho, querer e alegria
erguemos paredes de pedra e cal.



Quando injustamente acusas
um vereadora comunista
estarás a dar-lhe razão
e reforçar-lhe a fibra para que prossiga e não desista



Fica atento amigo Estadão
quando voltares a falar dos eleitos comunistas
porque a está ainda fresca na memória do cidadão
que recorda com agonia e aversão
como eram os dias em que os vereadores eram socialistas.



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